:: 11.3.06 É a vida desse meu lugar, é a vida
Não fui ao Rio encontrar os Stones, não vi Bono beijar Katilce, não pulei Carnaval, não assisti ao Oscar. Fevereiro passou voando, o meu mês tão querido.
Há muito não voltava pra casa e, talvez por isso, estranhei a cama. E não reconheci os barulhinhos daqui. Estranheza, também, com as ruas que não reconheço mais, com as novas cores e os novos lugares.
Mas mesmo assim ainda é inexplicável o que sinto ao abrir a porta de casa e sentir cheirinho da roupa lavada pela mãe. Ou então quando desço do ônibus e vejo o pai esperando no carro. Ao ir na casa da vó e não ter mais vontade de sair do abraço que me confortou tantas vezes. Ou ao ouvir do vô, deitado na cama e com a perna pro alto, que é uma satisfação ter a minha visita como em todas as vezes em que chego lá.
Saudades. Das coisas mais simples e mais valiosas da vida. Daquilo que eu tanto sinto falta quando volto cansada ali pro meu cantinho e começo a conversar com Deus. E eu sei que tudo isso faz parte. Sei que é preciso optar e, nem sempre, a gente escolhe o mais fácil. Mas, sabe, eu não posso reclamar. Não tenho do que reclamar. Eu sou feliz por ter para onde voltar quando tudo parece se tornar impossível. :: confessado às 16:48 | agora é sua vez []
:: se conselho fosse bom...
...não tiraria nunca o guarda-chuva da bolsa. Levaria um casaco pra não pegar friagem. Olharia para os dois lados antes de atravessar. Pensaria três vezes antes de fazer besteira. Não me interessaria pelo namorado da melhor amiga. Não iria à festa do ano sozinha. Não tomaria a quarta dose. Não falaria com estranhos. Não beijaria o melhor amigo. Dispensaria a carona da amiga bêbada e chegaria inteira em casa. Ou faria tudo isso sem me arrepender. Porque a vida é curta demais pra ser desperdiçada.
:: roteiro
não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. eu não: quero uma verdade inventada. [clarice lispector]